Contos

Monday, August 11, 2008

 
Sem Chances

A porta se fecha num estampido seco, contemplada pelos olhos tristes e raivosos de uma garota que, postada inerte no meio da sala, observa a saída daquele que, até cinco minutos antes era o grande amor da sua vida.

Ela tenta entender como a vida lhe pôde ser tão cruel, vendando seus olhos para a verdade nua e crua por tanto tempo, como lhe permitiu amar por tanto tempo uma pessoa que se mostrou indigna do mais insignificante dos seus sentimentos, do simples murmurar de sua voz? Os anos perdidos sonhando como seriam os seguintes ao lado daquele que agora merecia apenas a danação eterna, caindo de círculo em círculo do inferno, até ser esquecido para sempre.

Mas como esquecer isso? Como esquecer tal humilhação? Quem disse que o ser humano é um objeto inanimado e reprogramável? Não nascemos com essa função, de simplesmente deletar pessoas e acontecimentos. Deus, quando nos criou, provavelmente para se divertir conosco, criou o amor, apenas para tomá-lo de nós e, para completar a tragédia, simplesmente não nos possibilitou esquecê-lo.

A dor que vem de dentro do teu peito é algo insuportável, como se todos os seus órgãos internos começassem a se comprimir ao mesmo tento, apertando seu coração, impedindo a sua respiração, a sua circulação. Sua vontade era abrir seu peito com as próprias mãos para ver se a sensação passava.

Virou-se, dando as costas para a porta e caminhou em passos lentos e moribundos até seu quarto, deixando-se cair na cama, com a face voltada para o travesseiro, que agarrou com as duas mãos com força, dando início ao choro represado e desesperado, tirando-lhe o fôlego e os sentidos.

Não entendia como isso tinha acontecido. Pior, não entendi o motivo de ter acontecido. Sempre fora uma namorada exemplar, carinhosa na medida certa, mas sem deixar a possessão e o ciúmes prevalecer e sufocar o relacionamento. E era dessa forma que era paga? Com escárnio e traição?

Chorou por quase meia hora até que, esgotada, deixou-se vencer pelo cansaço e dormiu. Não chegou a dormir por uma hora, mas foram instantes em que se desligou da dor e, felizmente, recuperou parte de sua sobriedade. Claro que permanecia triste, mas já estava menos entorpecida.

Tentava agora era entender o que tinha levado a isso. Não era de a sua personalidade ser uma pessoa desconfiada, mas naquela manhã, quando acordara mais cedo que ele, pegara o celular dele para saber que horas eram e viu que tinha uma mensagem. Uma mensagem de uma menina que ela não conhecia. Então, o diabinho do ciúmes atacou e ela não resistira, abriu o celular e leu a mensagem:

“Está tudo certo hoje à tarde sim. Passa aqui por volta das 3. Beijos. Taís”

Parecia a marcação de um encontro. Todas as vezes que ele se encontrava com os amigos, ela sabia que ele a avisava antes. Além disso, ela conhecia todos os amigos, e principalmente, todas as amigas, pelo menos de nome, e dessa piranha ela nunca tinha ouvido falar. Nunca, jamais, em tempo algum.

Na caixa de mensagens recebidas não havia nenhuma. Ele tinha apagado todas as pistas, pensava ela. Na caixa de mensagens enviadas, havia uma, para a mesma menina. Com os dedos trêmulos e o coração em disparada, passou a lê-la:

“Taís, posso passar aí amanhã à tarde? A Camila vai sair com a mãe dela e você sabe que ela não pode desconfiar. Beijos”

Camila era ela, a traída, a enganada, aquela que não poderia desconfiar e a quem ele não precisaria dar desculpas para encontrar a vagabunda. Não conseguiu se segurar e, derrubando o celular no chão, começou a chorar, sentada na beira da cama.

Ele acordou, a abraçou, querendo saber o que tinha acontecido, mas ela não aceitou o abraço, empurrando-o e levantando bruscamente. Então, restaurando a fôlego, passou a disparar uma série de adjetivos ofensivos, para aparente incompreensão dele. Falou que ia ao banheiro e que, quando saísse, queria ele fora dali, fora da casa dela, fora da vida dela.

Quando saiu, ele estava já trocado, mas queria conversar, queria saber o que acontecera, mas ela se recusava a conversar. Ofendeu-o novamente, ao ponto que quem se irritou foi ele, saindo pela porta de entrada num mix de irritação e incompreensão.

Canalha. Filho da puta. Traidor. Cachorro. Vagabundo. Cretino. Mau caráter. Imbecil. Desgraçado.

Levantou-se da cama, finalmente, e viu que ele tinha esquecido a carteira, provavelmente na pressa. Instintivamente, pegou-a para procurar não sabia o que. Dinheiro, documentos, cartões, mas uma folhinha de papel amarelo dobrado chamou a atenção. Era um orçamento de uma joalheria. Um pedido de um par de alianças. Ouro 18 quilates, uma pedra de brilhante e uma delas. A data de entrega delas era hoje. Em nome dele e como vendedora uma tal de Taís.

Taís era a vaca que o tinha mandado a mensagem. Taís era a vendedora de um par de alianças de casamento. As alianças que ficariam prontas hoje. Então, ele iria se encontrar com ela para pegar as alianças de casamento.

Alianças de casamento dos dois. Por isso que ela, Camila, não poderia saber de nada. Era pra ser uma surpresa. Uma boa surpresa. E ela estragou tudo.

Desesperada, começou a chorar novamente, dessa vez de raiva dela e de vergonha. Tinha criado um problema gigante por causa de um monstro que ela criara. Precisava agora ligar para ele e pedir desculpas.

Pegou o telefone e discou o número do seu celular. Ele não atendeu. Ligou mais uma vez, mais duas, mais três, mas sete, e nada dele atender.

Estranhou isso, vez que ele sempre andava com o celular. Estava começando a ficar desesperadamente angustiada, pois precisava falar com ele, precisava pedir desculpas, pedir perdão.

Deixou recado, mandou mensagem de texto, e ficou sentada, no sofá da sala, estática, com o olhar voltado para o seu celular, tremulamente seguro pelas suas duas mãos, à espera de um retorno.

Cerca de cinco minutos depois, o mesmo tocou. Olhou para o número, viu que era o dele. Quase deixou o aparelho cair na afobação de atender, mas sentiu um alívio, pois poderia enfim dizer o discurso que tinha formulado durante essa espera que lhe parecera durar uma eternidade.

Iria começar pedindo simplesmente desculpas. Contaria toda a verdade, falaria da mensagem que lera, do ódio que ela sentira por se achar traída. Mas depois falaria que encontrara sua carteira, que vira o papel das alianças. Pediria desculpas novamente, pediria um milhão de vezes, diria que ela que não era digna de namorá-lo, mas pediria uma segunda chance. Imploraria por isso.

Disse um “alô” gaguejado, mas do outro lado da linha não era a sua voz, e sim uma que ela não conhecia.

- Você conhece o dono desse celular?

Como assim? Não entendera nada. Após uns segundos estática, respondeu:

- Claro, ele é do Tomás, meu namorado. Quem é você? Cadê ele? – começou a ficar desesperada.

- É que ele estava sem documento algum... – antes que ele pudesse dizer alguma coisa mais, ela entrou em pânico.

- Cadê ele? Deixa eu falar com ele? Quem é você?

- Calma moça! Meu nome é Sérgio, eu sou bombeiro. Seu namorado sofreu um acidente, ele devia estar em alta velocidade e o seu carro perdeu o controle, vindo a se chocar contra um muro. Nós o tiramos do carro, mas ele não tinha nenhum documento que o identificasse, apenas esse celular com chamadas não atendidas do seu número, por isso retornamos.

A voz quase não saia mais. Precisou se esforçar para perguntar como ele estava.

- Infelizmente não houve nada que pudéssemos fazer, ele veio a falecer. Será que a senhora poderia comparece ao Hospital Municipal para ajudar na identificação do corpo. Alô? Alô? A senhora está aí? Pode me ouvir?

Mas ela não podia. O celular jazia no chão, perto dos seus pés e, nesse momento, ela estava sentada no sofá, mas sua mente estava em algum lugar, muito longe daí. Num lugar onde ela não poderia se desculpar com ele.

 
Mundo Cão

É um quarto escuro, se bem que chamar isso aqui de quarto é exagero, melhor dizer que é um cômodo de uns dois por dois, sem janelas, com paredes mal caiadas, chão de terra batida, um monte de tralha espalhada pelo chão e um indefectível cheiro de podridão.

Também, pelo lugar que eu estou, não poderia esperar mais do que isso. Se eu sair pela pequena porta que há numa das paredes, a única coisa que se vê em quilômetros é o meu carro estacionado, uma pequena e horrível estradinha de terra por onde eu vim e mato por todos os lados. Se existe alguma coisa que pode ser chamada de meio do nada é isso aqui. Muito longe de algum ser vivo e pensante e muito mais longe de qualquer coisa que possa ser chamada de civilização.

Quando eu me pergunto o que eu estou fazendo num lugar desse, vejo uma pessoa amarrada de joelhos no chão e me lembro. Estou aqui porque realmente não quero ser incomodado.

Voltando ao ser amarrado, é um homem de uns quarenta e poucos anos, com um terno fino que agora está sujo e amarrotado e uma aparência aterrorizada. Gotas de suor descem pela sua careca vermelha, caindo por sobre seus olhos arregalados. Tenho certeza que se não estivesse amordaçado, na certa estaria clamando por alguma coisa. Bem, deve ser divertido vê-lo implorando, por isso resolvo tirar a mordaça.

- O que você quer comigo? O que estou fazendo aqui? Eu não tenho dinheiro, por favor, me solte.

Filho da puta, vem falar que não tem dinheiro agora? E não me contenho e lhe dou um chute que pega na sua clavícula e o derruba. Com as mãos amarradas às costas e as pernas também, é impossível ele se levantar. Deixo-o caído, com a sujeira do local impregnando em sua pele suada.

- O que eu fiz? Por favor, eu imploro, me deixe ir embora.

O que eu mais odeio nesses sujeitos é a cara de pau deles! Como ele vem dizer que não sabe o que fez? Eu tenho vontade de chutá-lo novamente, no estômago, mas me contenho, retendo o movimento de minha perna e observando a sua cara contraída de desespero.

Fico olhando diretamente para ele, olhos nos olhos, enquanto o filme da minha vida recente passa em minha mente, apenas para me deixar com mais raiva. Minha vontade era de matá-lo nesse exato momento, mas daí qual graça teria? Ele morreria sem sofrer e eu não teria minha vingança.

Não, minha vingança não seria pura e simplesmente matá-lo, e sim fazê-lo sofrer, assim como ele me fez sofrer, por meses, anos. Esse filho da puta desgraçou a minha vida e da minha família e, vai sofrer por isso.

Abaixo-me e me aproximo dele, seguro-o pela orelha e o levanto, pondo-o na posição original. Ele grita, pede por socorro. Então, pela primeira vez falo com ele, num tom baixo e raivoso:

- Pode gritar, ninguém vai te ouvir.

Lembro que ele não sabe onde está. Provavelmente a última lembrança mais clara que ele tem remonta a mais de uma hora atrás, quando ele estava saindo de um restaurante onde costumava almoçar e seguiu pelo caminho que costumava fazer até seu escritório. É esse o problema de se ter uma rotina, você pode planejar com mais tranqüilidade. Isso me permitiu que o interpelasse numa quadra que eu tinha certeza que estaria deserta, como estava, me aproximasse com um pano embebido de éter – sim, é um clichê que funciona perfeitamente – e, dopado, colocasse-o no banco do passageiro do meu carro insufilmado. Andei um pouco e, quando cheguei num lugar vazio, amarrei-o com fitas, amordacei-o e joguei-o no porta-malas, de onde só saiu quando aqui chegou, pouco antes de despertar.

Ele gritou mais uma vez e dei-lhe um soco, com toda vontade, derrubando-o novamente. Minha mão doeu, mas com certeza sua cara doeu muito mais, até porque o vi cuspindo dois dentes e o sangue escorrendo num filete saindo de sua boca.

Levantei-o novamente, essa coisa dele cair já estava me cansando.

- Por favor, pára de me bater. O que eu fiz? Eu juro que não fiz nada!

Como ele pode dizer isso? Uma pessoa que faz o que ele faz com certeza tem muitos inimigos e, se não fosse eu aqui e agora, com certeza seria outro.

- Você tem certeza que nunca fez nada de errado?

- Tenho sim... – e começou a chorar.

- Vou te perguntar pela última vez: tem certeza que nunca fez nada de errado?

- Sim, eu sou apenas um consultor...

- Filho da puta! – eu não agüentei mais tanto cinismo e meti-lhe outro chute na clavícula, com toda a força do meu ódio. Ouvi o barulho de algum osso se quebrando, quase ao mesmo tempo em que ele dava um grito abafado.

Dei um passo à frente e pisei exatamente onde havia chutado. A dor deveria ser insuportável, e como queria que ele ouvisse o que eu tinha à dizer, tirei o pé.

- Odeio cinismo. Quer dizer que você é apenas um consultor?

- Si-i-im... – disse ele gaguejando, talvez pelo medo, talvez pela dor, não me importava.

- E só faz negócios dentro da lei?

- É...

- E você nunca prejudicou ninguém? Nunca abusou da boa fé de ninguém? Nunca roubou ninguém?

- Cl-l-ar-o-o que n-n-ã-nã-o...
Para mim aqui foi demais, virei-me de costas para ele, com a mão direita apoiando a minha testa, não acreditando naquilo que tinha ouvido. O cara estava amarrado, estava sendo espancado e, mesmo assim, mentia. Era demais para mim.

Peguei no canto do cômodo um cano de cobre, velho, com cerca de um metro de cumprimento e bastante pesado. No que me virei de volta pude perceber o terror em seus olhos. Aproximei-me novamente e disse:

- Sabia que a dor de um joelho quebrado é uma das mais insuportáveis que existe?

E antes que ele pudesse dar alguma resposta, bati-lhe com o cano em seu joelho esquerdo, com força mais do que suficiente para quebrá-lo. Nesse momento o grito não foi abafado e sim desesperado. Com certeza se houvesse alguém perto teria ouvido.

Mas não havia ninguém perto, então encostei uma extremidade do cano no chão e, apoiando as mãos na outra, esperei que ele parasse de gritar e abrisse os olhos. Ele resmungou alguma coisa, mas a dor devia ser muita para conseguir formular alguma frase.

- Você não deveria mentir para mim.

Ele parou de gemer e parecia prestar atenção no que eu dizia, aparentemente tentando entender o motivo de tanto ódio e tanta violência.

- Certo, se você não mentisse, provavelmente também estaria apanhando, mas acho que um pouco menos, com menos ódio.

Ele continuava a me encarar.

- Você jura que não sabe por que está aqui hoje?

Fez que não com a cabeça. Tive que me segurar para não bater com o cano na sua cabeça.
- Tem certeza?

Dessa vez o sim com a cabeça foi seguido de um chute na boca que, com certeza, quebrou muito de seus dentes.

Levantei-o pela terceira vez, mas com o joelho quebrado, ele não consegui permanecer ajoelhado, motivo pelo qual arrastei-o até uma das paredes, escorando-o.

- Você sabe as filhadaputices que fez, portanto sabe por que está apanhando. Só não deve saber por quais dela está.

Saí, fui até o carro, peguei uma pasta com alguns documentos e voltei. Abaixei-me para que meus olhos ficassem no mesmo nível que o dele, peguei alguns papéis da pasta e mostrei para ele.

- Reconhece isso? É sua assinatura, não?

Seus olhos mais uma vez esbugalharam. Mostrei outros documentos que ele reconheceu como sendo dado por ele. Tudo bem que ele não conseguia falar nada com a mandíbula quebrada, mas não havia necessidade.

- Agora você sabe por que está apanhando. E porque vai apanhar mais. – e com isso bati com o cano no outro lado de sua clavícula, quebrando diversas costelas. Só não caiu porque estava bem encostado.

- Antes de eu chegar aqui, meu plano era te matar, mas daí eu percebi que seria pouco para você, não teria sofrimento algum, seria praticamente uma dádiva após tanta merda que você fez para tanta gente. Porém, se eu te deixar sair vivo, você vai voltar a foder outras vidas, e não posso permitir isso.

Ele com certeza queria me dizer algo, mas os ossos quebrados não permitiam. Mas se pudesse com certeza estaria implorando pela vida.

- Mas veja bem, você está com um joelho, diversas costelas e a cara quebrados, mesmo que escape vivo, vai viver uma vida miserável, dessa forma, morrer pode ser uma boa pra você. Então, vamos fazer o seguinte, vou te deixar aqui, se der sorte de alguém aparece para te socorrer, bom pra você.

Seu olhar aumentou de desespero agora. Tentou se mexer, mas a dor não permitia, tentou falar mas a falta de articulação na mandíbula só permitia alguns gemidos. Cheguei perto, recoloquei a mordaça, tirei um pouco da terra do seu terno, recolhi meus papeis e o cano e fui saindo pela porta. Nela, virei-me:

- Eu não contaria com a sorte não, pois aqui não costuma vir ninguém por semanas, eu já pesquisei isso. Por isso, a sua sorte vai ser morrer rápido e sem sofrer muito, provavelmente por alguma hemorragia interna. Mas pode durar alguns dias, nunca se sabe. Boa sorte.

E saí, entrei no meu carro, dei a partida e fui embora.

 
Moeda

- Então, não que eu ache que eu tenho algum problema, na verdade acho que o mais certo a se dizer é que tenho algumas fantasias mais excêntricas e um pouco radicais, fora, não são nada de mais.

- Mas o que você chama de fantasias mais excêntricas? Quais são elas?

- Bem, eu gosto de contratar prostitutas, ir com elas até motéis ou hotéis de categoria duvidosa, ou mesmo até um apartamento discreto que possuo para essas ocasiões e simular situações violentas.

- Você poderia ser um pouco mais específico?

- Ordeno que elas criem uma cena onde eu as estupro, assim eu as trato com violência, rasgo suas roupas, as como com violência. Eu realmente só consigo atingir o orgasmo completo nessas situações, onde eu as trato como o lixo que são, as amarro, espanco.

- E elas não reclamam?

- Algumas sim, mas eu pago bem pela condescendência delas, afinal elas só querem saber do meu dinheiro, então foda-se se elas gostam ou não.

- Você só transa com prostitutas?

- Claro que não. Conforme eu te disse no começo eu sou médico e sempre estou comendo uma enfermeira ou uma médica mais novinha lá no hospital.

- E você as trata da mesma forma?

- Não tanto, afinal eu prezo pela discrição, mas sempre que possível eu deixo a fantasia aflorar, algumas vezes mais, outras menos.

- Você é casado?

- Sim, com uma mulher maravilhosa e tenho duas meninas lindas.

- Você ama a sua esposa?

- Muito.

- E por que a trai?

- Porque eu não consigo ter prazer com ela.

- Então com ela o sexo é mais convencional?

- Totalmente. Ela é de uma família tradicional e religiosa, então nossas relações sexuais são extremamente conservadoras.

- E por que você não fala com ela sobre sua insatisfação?

- Bem, primeiro porque ela nunca iria entender, segundo porque eu jamais faria com ela as coisas que eu faço fora de casa. Ela é a minha esposa! Esse tipo de coisa não se faz com nossas esposas!

- Mas com outras mulheres você faz?

- Claro! Tenho que satisfazer meus prazeres.

- E isso não prejudica o casamento?

- Pelo contrário, é isso que mantém nosso casamento.

- Vamos ver, pelo que eu entendi, você busca a satisfação sexual fora do casamento?

- Exatamente.

- E de preferência com prostitutas?

- Sim, são as minhas preferidas, pois daí não preciso ter limites.

- Quando isso começou? Sempre foi assim?

- Eu não sei dizer exatamente.

- Qual a sua primeira lembrança ligada à sexualidade?

- Lembro que morava num sobrado e que, da janela do meu quarto eu conseguia ver a casa que fica aos fundos, onde morava uma família que tinha duas filhas adolescentes e era um ritual quase que diário eu ficar postado num canto do quarto as vendo e batendo punheta.

- E qual a sua idade?

- Acho que por volta de 12, 13 anos. Por aí, não tenho muita certeza.

- Com outras meninas, como começou?

- Eu demorei um pouco pra iniciar a minha vida sexual, a minha primeira vez foi com minha primeira namorada aos 18 anos, mas nós dois éramos virgens, nunca foi uma coisa muito satisfatória.

- Certo...

- Mas algum tempo depois comecei a namorar uma menina que, apesar de ter a mesma idade que eu, era mais experiente, e me ensinou muitas coisas.

- Ensinou o que?

- A trepar de verdade.

- E teve algum dia especial? Algo que você lembre que te despertou essas fantasias?

- Se tem a ver com fantasias ou não, eu não sei, mas me lembro muito bem o dia em que ela pediu para amarrá-la e enfiar um vibrador no cu dela. Num primeiro momento achei meio estranho, mas na hora que eu coloquei, e vi o jeito dela, percebi que estava adorando a situação.

- O que exatamente você sentiu?

- Percebi que tinha prazer em infligir sofrimento, situações a ver com isso. Sei que então a comi com o vibrador enfiado no rabo dela, ela reclamou, disse que não queria mas, como estava amarrada, não podia fazer muita coisa.

- E você parou quando ela pediu?

- De jeito nenhum! Daí que eu enfiei com mais força, quanto mais ela se debatia e me xingava, mais prazer eu tinha. E naquele dia eu gozei como nunca tinha gozado na minha vida e descobri que queria mais daquilo.

- E ela depois?

- Ficou puta da vida comigo! Como não podia fazer muita coisa nem dizer algo pra ninguém, pois quem tinha começado era ela, acabou apenas terminando comigo.

- Ela disse o motivo exato?

- Que eu tinha ido longe demais.

- Você concordou?

- Não, eu tinha apenas começado.

- Como foram as suas outras relações após isso?

- Por um período foram meio sem graça. Somente às vezes eu encontrava alguma menina mais sacana, afim de alguma coisa mais pesada.

- E você as namorava?

- Claro que não! Acha que eu iria namorar e apresentar pra minha família uma vagabunda? Essas eram só pra farra. Tipo uma puta, sabe? Pra algumas metidas ocasionais e discretas.

- Então você namorava quem?

- Meninas mais certinhas, moças de família, tipo a minha esposa.

- E elas nunca perceberam essas suas traições.

- Que eu saiba não, ou se perceberam fingiam que não. Bem, quem importa?

- Mas você então só tinha prazer com situações mais extremas?

- Vamos dizer que sim. Eu até gozava, e ainda gozo, com o sexo mais convencional, mas não é a mesma coisa.

- E como você faz? Contrata prostitutas e arruma amantes constantemente?

- É por aí, mas eu tenho outras válvulas de escape.

- Quais são?

- Quando vou fazer exames em mulheres, eu sempre aproveito um pouco delas, a sensação de controle e domínio nesses casos me excita.

- O que você costuma fazer?

- Peço que elas se dispam mais que o necessário, expondo-as para mim e deixando-as encabuladas. Claro que algumas são bem vagabundas e gostas da situação, mas a maioria fica super sem graça, são as que eu prefiro. Daí as examino com um pouco mais de “cuidado” e “atenção”. Adoro quando elas vão sem sutiã e ficam com os bicos do peito duro. Nesses casos, logo que elas saem da sala, preciso me masturbar.

- Mas isso não é antiético?

- É, mas quem se importa?

- Não tem medo de ser denunciado? Ou algo assim?

- E alguém denuncia? Isso é balela, lenda urbana. Além do mais, eu não faço nada que seja exatamente proibido.

- Sei...

- Outra coisa que eu gosto são exames e pré operatórios. Me excita saber que a paciente está dopada, totalmente vulnerável, geralmente vestidas apenas com um avental. Então, nesses casos, eu posso abusar delas sem preocupações...

- Mas isso é nojento!

- Não é não, é muito excitante. Eu já cheguei até a fazer sexo com pacientes assim, mas eu prefiro quando elas estão em semi-consciência. Sabia que muitas delas chegam a gozar?

- Isso é totalmente ilegal!

- Eu sei, mas não é só isso...

- Quer dizer que você faz mais ainda?

- Claro, eu também adoro... Bem, deu meu horário. Vou indo doutora, até a próxima sessão. Eu até falaria pra você não contar isso pra ninguém, pois seria meio constrangedor, mas eu sei que o segredo profissional a impede, então, até semana que vem.

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